Fundamentos da ontologia materialista do ser social de György Lukács

Abstract

RESUMO

A presente monografia apresenta os fundamentos sobre os quais o filósofo marxista húngaro, György Lukács, constrói sua ontologia materialista do ser social: a historicidade do ser, a objetividade do ser e o trabalho como categoria fundante do ser social. Para Lukács todo ser é imanente à história, se realiza na história, passando por um processo de mudança e transformação ao longo do tempo. Exatamente por ser profundamente histórico, o ser é também objetivo, concreto. Pode-se, assim, conhecer a realidade através da investigação do ser em sua objetividade e historicidade. Essa investigação demonstra que há três grandes complexos do ser, respectivamente: o inorgânico, o orgânico e o social e que este último só pode existir tendo como base os dois primeiros, ou seja, que surgiu a partir deles, de suas transformações. Mas o ser social representa algo qualitativamente novo em relação à natureza orgânica e inorgânica, pois é marcado por ações conscientemente orientadas por uma finalidade, algo radicalmente diferente dos processos da natureza, que são dirigidos pela causalidade. O primeiro lugar onde houve esta ação guiada por uma teleologia, isto é, este pôr teleológico, foi no trabalho. Por esse motivo o trabalho é a categoria fundante do ser social. Desse modo, o ser social é um complexo histórico e objetivo que foi autocriado pelo ser humano através do trabalho.