USO DO MODELO SOCIAL ECOLÓGICO NO CONTEXTO DA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: REVISÃO DE ESCOPO

Abstract

Introdução: O Câncer de Colo de Útero (CCU) é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo, no entanto o acesso aos serviços de detecção precoce e tratamento limitado e apresenta várias limitações. O CCU consiste em um problema de saúde pública que surgem a partir de fatores ambientais, individuais e sociais. Nesse sentido, o Modelo Social Ecológico (MSE) pode ser aplicado para identificar estratégias eficazes no planejamento das ações para cada nível abordado. Objetivo: Analisar as evidências disponíveis sobre o uso do MSE no contexto de prevenção do CCU. Metodologia: Trata-se de uma revisão de escopo realizada de acordo com as recomendações do Instituto Joanna Briggs e PRISMA Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR). Uma busca sistemática na literatura foi realizada no dia 15 de setembro de 2024, sem restrições de idioma e ano de publicação. As bases de dados pesquisadas foram: MEDLINE/PubMed, Web of Science, SCOPUS, CINAHL, Cochrane, EMBASE, PsycINFO e LILACS. A consulta em fontes não indexadas ocorreu no Google Scholar, BDTD, CTD-CAPES), ProQuest Dissertations and Thesis e OADT. O protocolo da revisão foi registrado na plataforma Open Science Framework (OSF) sob registro: DOI 10.17605/OSF.IO/7C3ZT. Resultados: Foram identificados 1506 registros, após a análise, apenas n = 63 foram elegíveis para inclusão na revisão. Dos 63 estudos incluídos nesta revisão de escopo, 58 (92,0%) estudos abordaram os fatores no nível intrapessoal, 55 (87,3%) o nível interpessoal, 46 (73,0%) o nível organizacional, 43 (68,2%) o nível comunitário e 30 (47,6%) o nível de política pública. Os níveis de prevenção mais abordados incluíram a vacinação contra o HPV (57,1%), o rastreio (39,6%) e o tratamento (11,1%). As principais barreiras identificadas foram o conhecimento limitado, a baixa escolaridade, o status socioeconômico, o medo, a ausência de recomendação médica, os custos, a falta de seguro saúde, normas e valores sociais e preocupações, quanto aos principais facilitadores obtivemos o conhecimento, o maior nível educacional, recomendação do provedor, o apoio e influência sociais, a confiança, o financiamento e a disponibilidade e acesso a serviços. Conclusão: A maioria das pesquisas disponíveis concentrou-se em parâmetros nos níveis individual e interpessoal, especialmente no contexto da vacinação contra o HPV. Uma lacuna destacada pelos resultados foi o número reduzido de estudos que abordaram o nível de políticas. Compreender as barreiras e facilitadores da vacinação, rastreamento e tratamento do CCU em relação aos níveis do MSE é essencial para identificar estratégias eficazes, promover a equidade no acesso aos serviços de saúde e aprimorar os resultados relacionados à prevenção e controle do CCU.