A dinâmica predatória do capital no meio ambiente: o avanço do garimpo ilegal no Território Indígena Yanomami no Governo Bolsonaro

Abstract

RESUMO

O agravamento das expressões da questão ambiental no século XXI tem ganhado cada vez mais espaço nos debates midiáticos, políticos, econômicos, sociais. As reflexões sobre o meio ambiente e o sociometabolismo, a partir das contribuições marxianas e marxistas, permitem verificar como a dinâmica do capitalismo tem desencadeado uma crise estrutural que afeta diretamente a vida no planeta Terra. Nessa direção, o presente trabalho monográfico analisou as contribuições de Marx e Engels ao debate ecológico, relacionando as reflexões ao movimento concreto da sociedade, a exemplo das implicações da dinâmica predatória do capital na Amazônia legal com a prática do garimpo ilegal no Território Yanomami durante o governo Bolsonaro. Como objetivos específicos, apresentou-se as concepções de Marx e Engels e de autores marxistas sobre o metabolismo e a ruptura metabólica relacionando suas determinações na sociedade capitalista; contextualizou o processo histórico de formação das políticas públicas ambientais no Brasil, bem como a luta dos movimentos ambientalistas para a construção de políticas ambientais voltadas à preservação do meio ambiente. Ademais, demonstrou como o governo Bolsonaro contribuiu no processo de desmonte das políticas ambientalistas, a partir do avanço do garimpo ilegal no Território Indígena Yanomami. Para isso, a metodologia deste trabalho compreendeu uma pesquisa qualitativa e quantitativa, com base no método histórico dialético de Marx, através de revisão bibliográfica e análise documental. A análise dos resultados foi realizada por dados coletados pelo Instituto Socioambiental (ISA); MapBiomas; Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Assim, refletiu-se que o modo de produção capitalista tem intensificado uma lógica ambiental destrutiva o qual acelera o processo de ruptura do metabolismo social. O crescimento de atividades relacionadas a exploração de recursos naturais no Brasil tem gerado impactos devastadores em territórios indígenas. Entre o período de 2019-2022, as medidas adotadas pelo governo Bolsonaro impulsionaram a invasão de garimpeiros no Território Indígena Yanomami, gerando exploração irregular de solo, contaminação das águas, violência e disseminação de doenças infectocontagiosas na comunidade indígena.