DESCRIÇÕES DEFINIDAS: ENTRE A SEMÂNTICA E A PRAGMÁTICA

Abstract

Após a virada linguística no século XIX, surgiram duas correntes filosóficas distintas, a saber: filosofia da linguagem formal e filosofia da linguagem ordinária. O presente trabalho apresenta a análise semântica das descrições definidas a partir de ambas as abordagens. Na filosofia formal, é apresentada a teoria desenvolvida por Bertrand Russell em Da denotação (1978). Russell examinou de que modo as descrições definidas devem ser analisadas, respeitando os princípios lógicos e desfazendo ambiguidades inerentes à linguagem natural. Na filosofia da linguagem ordinária, é apresentada a teoria proposta por Keith Donnellan em Referência e descrições definidas (2017). Donnellan tece críticas a respeito de teorias amplamente aceitas da época, como a de Russell, argumentando que a comunicação é o fator que deve ser levado em consideração ao utilizar as descrições definidas. Com base nisso, o objetivo principal é defender que, apesar da contribuição semântica fornecida por Russell, a teoria das descrições definidas exposta por ele não é tão eficaz por negligenciar a versatilidade do uso cotidiano destas. Para tanto, nossa pesquisa baseia-se nos artigos acima mencionados, bem como em leituras pertinentes sobre o tema, a fim de justificar nossa posição em favor da abordagem de Donnellan.