Efeito do tratamento interceptativo da má oclusão de Classe III no padrão de crescimento vertical: relato de caso

Abstract

RESUMO

A má oclusão de Classe III representa um dos maiores desafios na ortodontia, especialmente quando possui origem esquelética, devido à complexidade do padrão de crescimento facial envolvido. O tratamento interceptativo, quando realizado durante a fase de crescimento, visa modificar esse padrão de forma favorável, podendo evitar intervenções mais invasivas no futuro. Entre as abordagens disponíveis, a máscara facial de Petit associada à disjunção maxilar rápida tem se mostrado eficaz na protração da maxila em pacientes jovens. Este trabalho tem como objetivo relatar o caso clínico de uma paciente em fase de dentadura mista, diagnosticada com má oclusão de Classe III esquelética, que procurou atendimento na clínica escola da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Após avaliação clínica e cefalométrica, optou-se por um protocolo ortopédico envolvendo a expansão rápida da maxila seguida da utilização da máscara facial. Durante o acompanhamento, foram observadas alterações esqueléticas significativas, como o avanço da maxila e a melhora da relação ântero-posterior entre as bases ósseas, além de mudanças dentoalveolares compensatórias. Também foi notada melhora na estética do perfil facial da paciente observada clinicamente e corroborada pelos valores cefalométricos, como o aumento dos ângulos SNA e ANB. O tratamento demonstrou eficácia clínica, reforçando a importância do diagnóstico precoce e da intervenção ortopédica oportuna na má oclusão de Classe III. Conclui-se que o uso da máscara facial, quando indicado de forma adequada, pode promover correções estáveis e favorecer o desenvolvimento harmonioso da face, sendo uma alternativa eficaz para pacientes em crescimento com padrão esquelético desfavorável.