Análise da morbimortalidade e custos hospitalares associados a sinistro de trânsito no Maranhão: tendências temporais, perfil das vítimas e impacto econômico (2010-2024)

Abstract

RESUMO Objetivo: Analisar as tendências temporais da morbimortalidade e dos custos hospitalares associados aos sinistros de trânsito no Maranhão entre 2010 e 2024, destacando o perfil demográfico das vítimas e diferenças regionais. Métodos: Estudo ecológico e quantitativo utilizando dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), estratificados segundo sexo, faixa etária, tipo de veículo e macrorregiões de saúde. Analisou-se a tendência temporal por meio de regressão Prais-Winsten, considerando significância estatística em p<0,05. Resultados: Registrou-se redução discreta estatisticamente significativa na taxa geral de mortalidade por sinistros de trânsito (-0,132% a.a), com pico em 2014 (3,49/100 mil habitantes) e menor valor em 2020 (0,79/100 mil habitantes). As internações hospitalares apresentaram estabilidade, com maior taxa registrada em 2010 (100,7/100 mil habitantes) e menor em 2020 (56,1/100 mil habitantes). Motociclistas responderam por quase metade das internações (48,8%), enquanto pedestres geraram o maior custo hospitalar total (34%). O custo médio mais elevado foi registrado em acidentes com ônibus (R$ 1.526,12), seguido por pedestres (R$ 955,93) e motociclistas (R$ 572,60). Adultos jovens (20-39 anos) foram os mais acometidos, porém adultos de 40-49 anos tiveram aumento anual significativo nas internações (+20,8%; p=0,001). Observaram-se diferenças regionais relevantes, com aumento expressivo das internações na macrorregião Sul (+107,7%; p=0,037), que também concentrou maior custo médio por internação (R$ 999,00). Conclusão: Os resultados revelaram necessidade de intervenções direcionadas a grupos específicos e regiões prioritárias, especialmente para motociclistas e pedestres, visando reduzir a morbimortalidade e o impacto econômico no sistema de saúde maranhense.