Análise da estabilidade fisico-química de uma pasta profilática fluoretada experimental de uso odontológico

Abstract

RESUMO

A cárie dentária é uma doença multifatorial altamente prevalente e destaca o papel fundamental dos fluoretos na sua prevenção. Dentre os produtos utilizados na prática clínica, as pastas profiláticas fluoretadas são relevantes por sua ação combinada de limpeza profissional e entrega tópica de fluoreto. No entanto, muitas formulações apresentam limitações quanto ao pH adequado e biodisponibilidade do íon fluoreto, o que pode comprometer sua eficácia. Assim, este estudo in vitro teve como objetivo avaliar a estabilidade físico-química de uma pasta profilática fluoretada experimental, comparando-a a produtos comerciais por meio de testes de envelhecimento acelerado. Foi conduzido um estudo in vitro com três grupos amostrais: duas pastas profiláticas comerciais (SS White, 0,04% de F−, pH 10,11; Pert-X, 0,8% de F−, pH 9,89) e uma formulação experimental (3,0% de F−, pH 2,78). As amostras foram submetidas a um teste de envelhecimento acelerado a 45 °C, simulando cerca de dois anos de prateleira. Avaliaram-se dois parâmetros principais: pH e concentração de fluoreto iônico (F−), em diferentes intervalos de tempo (0 a 384 horas). As análises seguiram métodos estabelecidos por Tabchoury & Cury (1994). As análises estatísticas por regressão linear indicaram estabilidade físico-química das três formulações ao longo do tempo. A variação no pH foi mínima e não significativa (β próximo de 0; p > 0,05). De modo semelhante, a concentração de fluoreto também se manteve estável, sem alterações significativas. A formulação experimental apresentou estabilidade satisfatória do pH e do teor de fluoreto iônico após envelhecimento acelerado, sendo comparável às pastas comerciais avaliadas. Os achados reforçam o potencial

da pasta como um produto eficaz na prevenção da cárie, desde que os parâmetros físico- químicos sejam mantidos.