PERSPECTIVAS DE PROFESSORAS ALFABETIZADORAS ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA POR CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DE IMPERATRIZ-MA

Abstract

Este trabalho aborda a alfabetização e letramento e de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sob as perspectivas e sentimentos de professoras atrelados ao fazer pedagógico. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola de Ensino Fundamental da Rede Pública, situada no município de Imperatriz–MA. O objetivo geral desta pesquisa consistiu em compreender a aprendizagem inicial da leitura e escrita de crianças com TEA em uma escola da Rede Pública Municipal de Imperatriz–MA, sob a ótica das professoras alfabetizadoras. Para tanto, o arcabouço teórico que estruturou o percurso da pesquisa se pauta nos estudos de Soares (2003, 2009, 2020); Ferreiro e Teberosky (1986); Ferreiro (1995, 2011), no que se refere à alfabetização, Mantoan (2003); Gaiato (2021); Cunha (2019), entre outros, para discutir inclusão de pessoas com TEA. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, a partir dos seguintes instrumentos de geração de dados: observação participante das práticas pedagógicas transcritas no diário de campo; aplicação de questionário eletrônico online (Google Forms) com três professoras da escola pesquisada, informante da Secretária Municipal de Educação (SEMED). Utilizou-se também entrevista semiestruturada com a Gestora e coordenadora pedagógica. Os dados da pesquisa revelam diversos desafios enfrentados pelas professoras, relacionados à alfabetização de crianças com TEA, tais como a ausência de formação específica oferecida pelo município de Imperatriz–MA que contemplem as professoras alfabetizadoras. Os dados também revelaram diversos sentimentos oriundos do trabalho com a alfabetização, conforme destacado nos depoimentos das professoras, da gestora e da coordenadora pedagógica. A partir das análises, foi possível inferir que os sentimentos das professoras estão diretamente atrelados aos inúmeros desafios que elas enfrentam diariamente no cotidiano escolar, confirmando a necessidade de pesquisas em que as professoras sejam escutadas de modo mais profundo e acolhedor como forma de desenvolver mecanismos que as subsidiem no processo de inclusão de crianças com TEA, especialmente no que se refere à aprendizagem da leitura e escrita.