Canções da música popular brasileira na ditadura militar: o uso das figuras de linguagens

Abstract

RESUMO Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), a música popular brasileira (MPB) teve um papel crucial na resistência cultural e política. Muitos artistas usaram suas composições para expressar o descontentamento, protestar e escapar da censura de maneira sutil. As figuras de linguagem, tais como: metáforas, metonímias e antíteses, paradoxo e ironia, tornaram-se ferramentas essenciais para transmitir mensagens subversivas sem serem detectadas pelos censores. O presente artigo visa analisar como as figuras de linguagem foram utilizadas em canções emblemáticas da MPB, incluindo "Cálice", "Apesar de Você" e "Acorda Amor" (Chico Buarque), "Como Nossos Pais" (Belchior), “O Bêbado e a Equilibrista” (Aldir Blanc e João Bosco) e "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores" (Geraldo Vandré). Tais músicas vislumbram a maturação do discurso poético e político dos compositores, refletindo os fatores socio-históricos da época. Como aporte teórico, dentre outros autores, utilizou-se Fiorini, Azeredo, Filho, Saussure. O processo metodológico foi de caráter bibliográfico, utilizando obras publicadas em jornais como a “Folha de São Paulo”, artigos do banco de dados digital do governo federal e o acervo de canções do site “letras.com”. Esse método é relevante para compreender e analisar a temática da pesquisa. As canções de protesto, usando recursos linguísticos, deram voz a narrativas que poderiam ter sido esquecidas, desempenhando um papel vital na resistência contra a Ditadura Militar. Estas figuras de linguagem enriqueceram a comunicação, permitindo a transmissão de ideias complexas e emoções profundas, contribuindo para a perpetuação da luta por liberdade e justiça social através da música.