A presença da memória ancestral na literatura juvenil indígena brasileira contemporânea: uma análise crítica de O Caçador de Histórias/Sehay Ka'at Haría, de Yaguarê Yamã.

Abstract

Resumo: A literatura juvenil indígena brasileira contemporânea emerge como um espaço necessário para a preservação e valorização da memória ancestral dos povos indígenas. Assim, este artigo realiza uma análise crítica da obra "O Caçador de Histórias/ Sehay Ka'at Haría", do escritor indígena Yaguarê Yamã, com o intuito de explorar como essa literatura contribui para o resgate e a reintegração de mitos, lendas e saberes tradicionais nas narrativas contemporâneas. A obra de Yamã é um exemplo significativo de como a escrita indígena atua não apenas como uma forma de manter vivas as tradições culturais de seus povos, mas como um meio de resistência contra a opressão cultural e a marginalização histórica dos povos indígenas. Assim, busca-se investigar a maneira como a memória ancestral é evocada e reinterpretada por Yamã, destacando como seus elementos narrativos contribuíram para fortalecer e afirmar a identidade cultural indígena dentro do contexto brasileiro. A análise proposta foca na forma como a escrita de Yamã contribui para a construção de uma identidade indígena que é simultaneamente enraizada no passado e conecta-se com o presente. Através da obra foi possível observar a capacidade da literatura indígena de servir como um meio de resistência cultural, ao mesmo tempo promover uma maior compreensão e apreciação das tradições e contribuições dos povos indígenas para a identidade nacional brasileira. Portanto, a pesquisa contribui para uma compreensão mais profunda da literatura indígena como um veículo de resistência cultural e afirmação da indigenidade, destacando sua relevância na construção de uma sociedade mais inclusiva e que respeite e valorize a diversidade cultural brasileira.