Análise da Produtividade Primária Líquida na superfície oceânica das bacias sedimentares da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas e Ceará

Abstract

O presente estudo objetiva analisar a relação da Produtividade Primária Líquida (PPL) e a salinidade da superfície do mar entre os anos de 1998 à 2023 das bacias sedimentares Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas e Ceará que estão situadas na Margem Equatorial Brasileira (MEB), representa um ambiente ideal para investigar as respostas dos ecossistemas marinhos a mudanças climáticas e impactos antrópicos, pois a produtividade primária é a base da cadeia alimentar marinha e influencia a captura de carbono atmosférico. A metodologia utiliza dados espaciais e ferramentas computacionais como Marine Environment Monitoring Service (CMEMS), Python, QGIS e SciPy para processar e mapear os dados de PPL e salinidade. A PPL na Margem Equatorial Brasileira variou entre 0 e 4.500 mg C m⁻² dia⁻¹, com os maiores valores registrados na Foz do Amazonas (até 1.800 mg C m⁻² dia⁻¹) durante o período chuvoso, e os menores no litoral do Ceará (≈ 400 mg C m⁻² dia⁻¹), em áreas oligotróficas. A salinidade da superfície do mar (SSM) nas Bacias Sedimentares da Margem Equatorial Brasileira variou entre 32,9 e 34,8 PSU entre 1998 e 2023. Os valores mínimos ocorreram no auge da estação chuvosa (abril a junho), principalmente na Foz do Amazonas, devido à intensa descarga fluvial. A correlação entre salinidade e PPL variou entre as bacias, com valores negativos fortes em Pará-Maranhão (r = -0,89) e Foz do Amazonas (r = -0,98), indicando maior produtividade sob baixa salinidade. Já no Ceará (r = -0,03) e Barreirinhas (r = -0,01), a relação foi insignificante. A correlação entre a salinidade e a produtividade é negativa, sendo influenciada especialmente pelo Rio Amazonas, em contrapartida às bacias de Barreirinhas e Ceará, que demonstraram menor influência fluvial e não exercem influência relevante sobre a variabilidade da PPL. Os resultados destacam a importância das interações entre salinidade, descarga fluvial e produtividade primária na MEB, demonstrando que a baixa salinidade associada ao aporte de nutrientes favorece a produtividade especialmente nas bacias influenciadas pelos rios Amazonas e Pará.