Ensino de escrita na educação de jovens e adultos: uma leitura dos relatórios de estágio realizados em escolas públicas municipais de Bacabal - Maranhão

Abstract

RESUMO

Esta pesquisa é resultado de um estudo desenvolvido no curso de Letras-Português para trabalho de conclusão de curso (TCC). O objeto de análise é o ensino de escrita. Partimos da concepção de que escrita deve ser a materialização de conhecimentos adquiridos pelo sujeito que escreve. Assim, temos como objetivo geral investigar o ensino da escrita na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da cidade de Bacabal–MA, e como objetivos específicos discorrer sobre a atual condição de ensino de escrita implicado nesta modalidade, além de apresentar o que se entende por escrita nas referidas. O corpus de análise é constituído por relatórios de estágio elaborados por acadêmicos do curso de Letras-Português que atuaram na EJA entre 2022 e 2023. O arquivo textual é composto por quatro relatos de observação que integram os relatórios de estágio. A seleção dos relatórios considerou a leitura integral do corpus e a presença de concepções de escrita. Para analisar como acontece o ensino de escrita, fundamentando-se em referenciais teóricos como Britto (2003), Geraldi (1984) e (1997), Gnerre (1998), Osakabe (1995) e Riolfi et al. (2008). A partir da teoria e análise do corpus, notamos que as atuais práticas de ensino se encontram estagnadas, onde o aluno não é preparado para atuar como sujeito de seu próprio discurso. A língua passou a ser concebida apenas como um código de transcrição, com o ensino pautado em métodos analíticos e sintéticos. Observamos que o aluno não ocupa a posição de detentor do próprio discurso para operar nas diversas áreas da vida em sociedade, portanto, constatou-se que o ensino da escrita na EJA deve priorizar práticas significativas, contextualizadas e integradas às vivências dos alunos, aos quais favoreçam a reflexão, a autoria, a autonomia e o exercício da cidadania, tornando-se um instrumento de transformação pessoal e coletiva. Ao observarmos tais problemáticas no ensino de escrita da EJA, chegamos à concepção de engessada, em que a escrita se faz no texto, além da dificuldade no trabalho da instrução educacional e a detenção no ensino que em muitos casos não proporciona uma participação ativa do educando.