estética na enfermagem: uma revisão de escopo sobre desafios, regulamentação e procedimentos

Abstract

Introdução: A enfermagem estética tem ganhado destaque diante do crescimento expressivo do mercado de procedimentos estéticos, mas enfrenta desafios éticos e práticos, especialmente relacionados à intensa comercialização do setor, à insuficiência no cumprimento e na fiscalização das regulamentações, à ausência de padronização na formação profissional e às fragilidades na segurança da prática. Objetivo: Analisar as evidências disponíveis sobre o panorama atual da prática de enfermagem na área estética. Metodologia: Trata-se de uma revisão de escopo conduzida de acordo com as recomendações do Joanna Briggs Institute (JBI) e o checklist PRISMA-ScR. Foram incluídos estudos primários, quantitativos e qualitativos, sobre estética na enfermagem, sem restrições de período ou idioma. As buscas foram realizadas em seis bases de dados e em quatro fontes de literatura cinzenta. O protocolo foi registrado no Open Science Framework (doi: 10.17605/OSF.IO/W2H95). Resultados: 13 estudos foram incluídos para análise. Os procedimentos estéticos mais descritos na prática do enfermeiro esteta foram aplicação de toxina botulínica e preenchimentos dérmico. Entre os principais desafios identificados destacaram-se: ausência de regulamentação específica e unificada, divergências entre pareceres regionais, isolamento profissional, carência de supervisão interprofissional, necessidade de padronização curricular nos cursos de capacitação, insegurança financeira devido à instabilidade legal, e falta de apoio institucional para gestão de complicações. Além disso, poucos estudos relataram protocolos formais de biossegurança e manejo de intercorrências, e apenas 2 abordaram a percepção dos clientes sobre a atuação do enfermeiro na estética. Conclusão: A enfermagem estética apresenta grande potencial de atuação, porém a regulamentação existente e as diretrizes vigentes apresentam variações regionais e falta de padronização, o que compromete a uniformidade, a segurança e a qualificação profissional. É necessário investimento em formação continuada, protocolos de manejo de complicações e pesquisas com maior rigor metodológico, visando consolidar a prática como campo legítimo e seguro dentro da enfermagem.