Caracterização de pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência do município de São Luís

Abstract

RESUMO

A transição demográfica no Brasil impõe desafios à garantia do bem-estar das pessoas idosas, especialmente quando o suporte familiar se mostra insuficiente. Nesse contexto, as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) emergem como um recurso assistencial e de saúde, embora o perfil de seus residentes e as condições dessas instituições ainda sejam pouco conhecidos em muitas regiões. Esta pesquisa teve como objetivo estudar sobre as Instituições de Longa Permanência para Idosos e seus residentes no município de São Luís (MA). Trata-se de um estudo transversal e descritivo com atualização de georreferenciamento, realizado entre janeiro e maio de 2025, com base em dados secundários provenientes das fichas cadastrais do Conselho Estadual de Direito da Pessoa Idosa (CEDIMA). As variáveis analisadas incluíram dados sobre as instituições, perfil sociodemográfico, grau de dependência e diagnósticos clínicos dos residentes. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva no Microsoft Excel® e a análise espacial foi elaborada com os softwares GeoDa e QGIS. Foram identificadas sete ILPIs ativas no município, com predomínio da natureza jurídica privada (57,1%), seguida pela pública (28,5%) e filantrópica (14,2%). A análise espacial demonstrou uma concentração dessas instituições em Distritos Sanitários com melhores indicadores de infraestrutura. A população estudada totalizou 127 residentes, com predominância do sexo feminino (61,4%) e idade média de 79 anos. O perfil sociodemográfico revelou baixa escolaridade (35,4% com 1 a 4 anos de estudo), e as principais fontes de renda foram a aposentadoria (51,2%) e o Benefício de Prestação Continuada (40,9%). O perfil clínico demonstrou elevada complexidade, com 63,8% dos idosos classificados com dependência funcional em níveis moderado e grave. As condições de saúde mais frequentes foram a deficiência cognitiva (61,4%), a Doença de Alzheimer (30,7%) e o transtorno de ansiedade (28,3%). Conclui-se que a população institucionalizada em São Luís apresenta um perfil de alta vulnerabilidade social e complexidade clínica, posicionando as ILPIs como equipamentos estratégicos de saúde. O diagnóstico aponta para a urgência de políticas públicas intersetoriais que qualifiquem e ampliem a rede de acolhimento de forma equitativa.