rastreamento do transtorno do espectro autista em consultas de enfermagem de puericultura

Abstract

RESUMO

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um desarranjo do neurodesenvolvimento que possui diferentes níveis, desde graus leves a severos. Essa heterogeneidade torna o diagnóstico complexo e tardio. Diante disso, a identificação precoce do risco desse transtorno em crianças deve integrar a avaliação do neurodesenvolvimento infantil nas consultas de puericultura. Nesse contexto, questiona-se: Qual a classificação de risco para o Transtorno do Espectro Autista, segundo o rastreamento com o M-CHAT-R/F, em crianças de 16 a 30 meses de idade vinculadas a uma Equipe da Estratégia Saúde da Família de um dos municípios da Grande São Luís? Objetivos: Realizar o rastreamento do Transtorno do Espectro Autista em crianças de 16 a 30 meses cadastradas em uma Equipe de Saúde da Família de um município da Grande São Luís por meio do M-CHAT-R/F; Estratificar o risco do TEA segundo o M-CHAT-R/F; Identificar o risco do TEA segundo faixa etária e sexo; Descrever os comportamentos do M-CHAT-R/F mais frequentes de acordo com o risco e a idade da criança. Metodologia: Pesquisa descritiva, transversal com abordagem quantitativa e documental realizada com os resultados do M-CHAT-R/F aplicado nas consultas de enfermagem à criança, que classifica o risco de TEA em: Baixo Risco (0-2 pontos), Risco Médio (3-7 pontos) e Risco Elevado (8-20 pontos). Foram utilizados os dados de 33 crianças cadastradas na Equipe de Saúde da Família da Unidade Básica de Saúde da Maiobinha do município de São José de Ribamar - MA. A coleta dos dados ocorreu entre novembro de 2024 a janeiro de 2025 utilizando-se o M-CHAT-R. Para análise dos dados, foi utilizada a estatística descritiva e os resultados apresentados em número absoluto, frequência simples e porcentagens. Resultados: Dentre as crianças rastreadas, 82,0% foram classificadas como Baixo Risco de TEA, 6,0% Risco Médio e 12,0% Risco Elevado de TEA. A faixa etária de maior prevalência para o Baixo Risco foi de 16 a 20 meses, enquanto para os riscos Médio e Elevado foi entre 26 e 30 meses. O sexo masculino prevaleceu no Baixo e Médio Riscos, e houve empate entre os sexos na classificação de Risco Elevado. A pergunta 13 obteve 100% de respostas adequadas e a pergunta 20 foi a que obteve mais respostas negativas (27,3%). As perguntas 1, 8 e 14 foram as mais evidentes entre as crianças do Risco Elevado; a 2 e a 20 entre o Baixo Risco e não foi identificada prevalência entre o Risco Médio. Conclusão: A utilização do M-CHAT-R/F na UBS da Maiobinha permitiu o rastreamento oportuno e as intervenções precoces das crianças cadastradas, e evidenciou um número importante de alterações no desenvolvimento infantil, as quais devem ser acompanhadas pela Atenção Primária à Saúde, a fim de prover o cuidado longitudinal às crianças e suas famílias.